quinta-feira, 5 de março de 2009

Museu Nacional de Soares dos Reis














O Museu Nacional de Soares dos Reis reabriu, após cerca de 10 anos de quase encerramento, com espaços e programa renovados, em Julho de 2001, ano do Porto Capital Europeia da Cultura. À ampliação e renovação do edifício do Museu, segundo projecto dos Arquitectos Fernando e José Bernardo Távora , corresponde a reinstalação da exposição permanente, o alargamento e reforço de áreas de actividades já tradicionais e a criação serviços anteriormente inexistentes.

É um museu renovado que inicia uma nova relação com a cidade.

Para que essa relação pudesse ser construída em bases sólidas, o Museu procurou conhecer as espectativas dos seus potenciais visitantes e concluiu que havia muita coisa a mudar e alguma, importante, a conservar. Assim, para além reconstrução do espaço físico, houve que cuidar da renovação da alma do Museu, dar-lhe uma nova alegria, abrindo-o a novos, públicos, oferecendo oportunidades de valorização e aprendizagem mas também de encontro e de lazer. O Museu apresenta-se assim mais aberto, mais acessível, mais moderno, mas não descaracterizado de alguns valores tradicionais considerados importantes preservar.

Nos espaços renovados expõe-se, no 1º piso, pintura e escultura portuguesa dos séculos XIX e XX, com salas dedicadas especialmente a Silva Porto , a Soares dos Reis e a Henrique Pousão . De entre muitos outros artistas, maioritariamente do Porto mas de projecção nacional, estes ganham particular destaque pelo volume de obra presente no Museu. Os dois primeiros com uma carreira de professores nas academias de Lisboa e do Porto respectivamente e que, por essa via, marcaram as gerações seguintes do século XIX português; o último, um promissor estudante que nos deixou um trabalho incompleto mas vasto e inovador. Do século XX, o MNSR expõe obras até ao final da década de 50 em que igualmente se identificam nomes importantes no desenrolar da história do modernismo português como os dos escultores Francisco Franco, Diogo de Macedo e Canto da Maia e dos pintores Eduardo Viana, Dordio Gomes e Júlio Resende . Porque a colecção apresenta ausências importantes, recorreu-se à colaboração de outros museus e à generosidade de coleccionadores particulares e, graças a todas essas boas vontades é possível mostrar obras significativas de Amadeo Souza Cardoso, Júlio Pomar, Nadir Afonso e Fernando Lanhas.

O 2º piso mantém viva a memória do Palácio dos Carrancas, especialmente nas salas que é costume designar por Sala de Jantar e Sala da Musica que sugerem na decoração das paredes e tectos, como no conteúdo da exposição, as suas utilizações originais. Em todo este piso se pode ver artes decorativas: ourivesaria, joalharia, mobiliário e especialmente uma parte da colecção de faiança portuguesa com algumas peças raras e outras sugestivas de um gosto bem humorado explorado num divertido filme de animação especialmente criado para o público infantil.

Nas áreas não visíveis do Museu, encontram-se as Reservas, em espaços agora qualificados, com mobiliário apropriado, que garantem o correcto armazenamento de todas as peças que não se encontram em exposição. Algumas serão objecto de exposições temporárias destinadas a divulgar obras importantes que não puderam ser integradas no circuito permanente. Das reservas saem com frequência peças solicitadas para exposições em Portugal e no estrangeiro e é frequentemente nas reservas que investigadores de uma multiplicidade de áreas encontram elementos indispensáveis para os seus estudos. Está prevista, a médio prazo, o acesso do público a esta parte fundamental da vida quotidiana do Museu através de visitas especialmente marcadas para o efeito.

Os espaços totalmente novos são dedicados a duas salas de exposições temporárias com um total de mais de 800 m de superfície e um auditório com 180 lugares. Aqui se apresentam exposições promovidas pelo Museu ou vindas de outras instituições, com progressivo aumento de presenças internacionais que desejavelmente contribuirão para um melhor conhecimento e contextualização da colecção do Museu. O auditório acolhe conferências e seminários mas conta igualmente com uma programação de música e artes do palco progressivamente enriquecida, graças a parcerias que, também nestas áreas, se vão estabelecendo.

Também o Serviço Educativo beneficiou com a remodelação do Museu: conta agora com salas de actividades próprias, adequadamente equipadas e mais uma vez, foi possível contar com o apoio privado, nomeadamente da Fundação Ilídio Pinho, e apresentar o projecto Multimédia no Museu, verdadeiro polo dinamizador daquele espaço. Um programa especialmente dirigido às Famílias no Museu, oferece materiais de apoio com sugestões de percursos temáticos, proporcionando experiências a serem partilhadas por crianças e adultos, e orientação por monitores que, em regime de voluntariado, acompanham as famílias aos Sábados e Domingos. Visitas temáticas, orientadas por elementos da equipa técnica do Museu, são oferecidas, duas vezes por semana, sem necessidade de marcação prévia. O Programa de Actividades divulga a calendarização e conteúdos das visitas, oficinas e outros eventos propostos para cada trimestre. Pode recebê-lo em casa, bem como convites para as inaugurações, e direito a entrada livre no Museu, através da aquisição do cartão MNSR Actividades.

Os visitantes podem ainda usufruir de uma loja ampliada, com artigos especialmente produzidos a partir de peças do Museu Nacional de Soares dos Reis e de outros museus do IPM, da Cafetaria, e da Sala de Leitura e Multimédia, lugar para uma pausa durante ou após a visita. Aqui se disponibilizam para leitura as publicações recentes do Museu, o Roteiro da Colecção, o Itinerário de Faiança do Porto e Gaia, o catálogo reeditado da colecção de Pintura Portuguesa 1850-1950 e os catálogos das diversas exposições temporárias organizadas desde a reabertura do Museu; computadores para consulta do conteúdo desta página e de outras informações, como também de produtos desenvolvidos nos ateliers multimédia já citados, encontram-se igualmente disponíveis. Sempre que o tempo o permite, o Museu convida a visitar o Jardim das Camélias, com espécies, desenvolvidas em Portugal, desta árvore de origem japonesa tão característica dos jardins do Porto.

O Museu Nacional de Soares dos Reis está pronto para receber o seu público. Porque renasceu há pouco, necessita da ajuda de todos para desempenhar cada vez melhor a sua missão. Venha visitá-lo, com a família e os amigos, deixe os seus comentários e sugestões. Lembre-se: este Museu é seu, está em sua casa.

Morada
Museu Nacional de Soares dos Reis
Palácio dos Carrancas - Rua D. Manuel II
4050-342 Porto

Horário
Terça-Feira, das 14h00 às 18h00
Quarta-Feira a Domingo das 10h00 às 18h00
Encerrado à Segunda-Feira, 1 de Janeiro,
Domingo de Páscoa, 1³ de Maio e 25 de Dezembro.
Texto retirado do sítio oficial do museu.

1 comentário:

Sandra Rocha disse...

Já passei tantas vezes por aí mas nunca me deu para o fotografar, uma bela fotoreportagem :)
Beijos.