sábado, 25 de julho de 2009

Parentesis à leitura (e ...)





Nas cervejas, como em muitas outras coisas da nossa vida, há obsessões e hábitos adquiridos com a prática. A Super Bock é um dos selos da identidade do malte & lúpulo português - e, convém esclarecer, não tem nada a ver com a designação bock, que diz respeito a uma cerveja de sabor intenso, de teor alcoólico mais elevado, ligeiramente mais doce, originária de Einbeck (Baixa Saxónia) e que depois adquiriu diferentes significados - todos eles relacionados com a "qualidade do fabrico". Durante muitos anos, o principal argumento do bebedor de cerveja em favor da Super Bock tinha a ver com a sua leveza de carácter. Era um ponto a seu favor, admito: transparencia mais admirável no copo, uma espuma aceitável (ainda que sem muita densidade) que protegia o borbulhar, cor mais apetitosa em meses de canícula. Na verdade, era a lager portuguesa mais fácil de beber. Essa caracteristica não se alterou muito: a Super Bock mantém um tom de frescura, ligeiramente afrutado e que tem vindo a melhorar. Na boca, começa por ter um vigor intenso que depois passa a amargo. Os seus apreciadores detectam esse final muito equilibrado que não lhe retira peso como uma cerveja que cumpre a sua função - dessedentar, refrescar, ser uma pale lager de referência, seca de paladar e limpa quando vista diante da luz. Há cervejas que têm apenas essa caracteristica e não vem daí mal ao mundo.
Retirado do livro "99 cervejas + 1 Ou como não morrer de sede no inferno" de Francisco José Viegas, uma das minhas compras na Feira do Livro do Porto deste ano.
A fotografia é de hoje ao jantar mas todo o post foi sentido e pensado algures no meio dos Estados Unidos ...

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