segunda-feira, 12 de abril de 2010

Costa Abaixo 60 (-1)





Desta vez correu melhor, porque o percurso era mais perto de casa (havia vários pontos de resgate caso as coisas corressem mal), porque o percurso era mais curto (à partida seriam cerca de 100 km), porque como é a terceira viagem feita de bicicleta já tenho experiencia adquirida, porque foi a melhor parte de costa que percorri, esta, a terceira, a que devia ter sido a primeira (daí a numeração negativa).
Foram 159 km percorridos entre Caminha e o Porto como sempre o mais possível junto à linha de mar, para poder conhecer/fotografar/passear/pedalar a costa portuguesa. Fui para Caminha no sábado de manhã de comboio (€ 8,20) e arranquei junto ao Rio Minho para aquela que devia ter sido a primeira viagem Costa Abaixo.
Creio que esta terceira viagem foi aquela em que utilizei menos a estrada, pois logo à saída de Caminha entrei num estradão florestal que me levou à praia de Moledo e depois por um trilho/caminho que tinha visto do comboio até Vila Praia de Ancora. Aqui recolhi direcções com um senhor que me disse que a única maneira de continuar era voltar a entrar à estrada, passar o cruzamento para a Gelfa e só depois virar para Afife. Assim fiz, e depois de virar em Afife andei de caminho rural em caminho rural, no engana e volta atrás, até à praia do Carreço. Fui pelas rochas atrás de um pescador para lhe perguntar se havia passagem pelo monte, já que não estava a gostar nada da ideia de ter que voltar para trás para contornar todo o monte pela estrada. Ele disse que sim, «ora a 50 metros, ora a 20 do mar», mas que se passava mesmo com a bicicleta. No cimo do monte os Moinhos de Montedor e o Farol, e ao invés de ir pelos caminhos, resolvi arriscar por um trilho que descia pelo meio de um pinhal até à praia dos Ingleses. A partir daqui já era terreno conhecido – embora feito de carro noutras alturas – até Viana do Castelo.
Parei em Viana para comer alguma coisa do que trazia nos alforges e depois de dar uma volta pelo centro atravessei o Rio Lima. A passagem pelo Cabedelo é complicada e sem continuação, por isso regressei à estrada para depois virar em direcção a Castelo do Neiva e nem hesitei quando me disseram que a passagem estava cortada porque a ponte tinha caído no Inverno e teria que voltar à estrada para conseguir passagem, parecendo adivinhar que ia encontrar mais umas paisagens deslumbrantes.
A subida de regresso à estrada era íngreme e depois de entrar no distrito de Braga e no concelho de Esposende, resolvi seguir sempre por aí até Esposende porque essa parte da costa já tinha sido percorrida no encontro Luso-Galaico em que participei no ano 2006 - prometo que depois mostro as fotos dessa maratona. Chegado a Esposende foi fácil arranjar alojamento no Posto de Turismo local. A opção recaiu sobre a residencial Mira Rio, um quarto single por 27 euros com pequeno-almoço incluído e a guarda da bicicleta nas traseiras da residencial.
No dia seguinte ao arrancar pensei que estava no “Tour” tal era a quantidade de ciclistas a passar para os seus passeios domingueiros. O meu virou logo para Ofir, outra zona bem conhecida de outras alturas, e dali por uma estrada em paralelo até à Apúlia onde decorria uma feira. Daqui segui por caminhos rurais, uns mais junto da costa do que outros, uns em terra batida, paralelo ou alcatrão, outros em areia onde era difícil pedalar. Parei na Aguçadoura, outra zona bem conhecida …, onde entrei em contacto com o Nuno que vinha de Lavra na sua voltinha de domingo. Combinamos encontrarmo-nos para um café na Povoa de Varzim mas acabou por ser em A-Ver-O-Mar onde pusemos a conversa em dia e falamos destas coisas do pedal. Ele foi à vida dele e eu segui pela marginal da Povoa de Varzim, Caxinas e Vila do Conde, onde atravessei o Ave.
O meu objectivo era ir para a praia do Mindelo por isso virei em Azurara por umas estradas bem conhecidas do trabalho e fui até lá, não sem antes passar noutra praia sem ligação que me obrigou a voltar atrás. Do Mindelo passei por Vila Chã e Labruge, a parte que me pareceu mais rural de toda a costa (apesar de em Moledo ter visto cabras a pastar nas rochas). Depois de ultrapassar uns obstáculos bem interessantes, descer trilhos cheios de lama até entrar na praia e subir as escadas dos passadiços, cheguei a Angeiras, zona onde já tinha pedalado. Ia com intenção de almoçar aqui um peixinho grelhado mas não encontrei um restaurante que me chamasse a atenção, por isso resolvi pedalar quase sem parar por Lavra, Leça da Palmeira, Matosinhos, até chegar ao Porto.
Foi assim mais um fim-de-semana bem passado a pedalar junto à costa portuguesa. A próxima etapa será S. Martinho do Porto – Lisboa, ainda à espera de data porque ficou complicado com os transportes mas muito provavelmente este ano. Entretanto quero fazer outras pedaladas, mas ainda não sei bem quais.



No meio de tudo isto, o convite que tinha surgido no meio da semana anterior para ir a Braga nesse sábado à noite com a P. ver o concerto da Susanna & The Magical Orchestra. Desconhecia a artista e a “orquestra” que faz umas caras estranhas, mas o concerto foi bom, assim como o jantar, dispensando palavras a boa companhia.



2 comentários:

Ana Truta Duarte disse...

E é com esta bicicleta tão "rodada" que tu queres ir passear a minha filha, tua afilhada?!?

paulo miranda disse...

sim.